Setembro Amarelo, mês de prevenção ao suicídio – O que nós temos a ver com isso?

Pode parecer estranho, à primeira vista, uma das matérias de uma imobiliária ter como tema uma campanha de saúde mental. Mas não se deixe enganar, a Imobiliária Cardinali se preocupa muito com o bem-estar de seus funcionários e, após uma palestra sobre o tema para todas as equipes, resolvemos compartilhar este tema também para seus clientes e amigos.

Setembro Amarelo – o que temos a ver com isso?

Um dos grandes públicos da Cardinali e parte importante da população de São Carlos são os universitários, jovens que muitas vezes se mudam de suas casas pela primeira vez, deixando para trás toda a sua família, amigos e costumes.

Chegam na universidade cheios de energia e prontos para explorar o novo universo, mas nem sempre a realidade é tão bonita quanto o sonho da independência. Muitas vezes, a adaptação à nova cidade, novos amigos e nova casa se torna muito difícil e, com isso, a depressão, a ansiedade e o suicídio estão aumentando preocupantemente nesse grupo.

Outro motivo pelo qual também nos preocupamos com o tema é que a depressão e ansiedade, infelizmente, vêm se tornando maiores a cada dia, em todas as faixas etárias e, com isso, os números de suicídio também.

A última pesquisa feita pela organização mundial da saúde demonstrou que, somente no Brasil, em média 35 pessoas tiram a própria vida por dia. Por volta de 11 mil brasileiros ao ano.  Sendo assim, consideramos de extrema importância falarmos cada vez mais sobre esse tema.

Como podemos identificar?

Assuntos como depressão, ansiedade e suicídio ainda são tabus. E é exatamente assim, no silêncio, que essas dificuldades enfrentadas por nossa sociedade crescem cada vez mais.

O primeiro passo é promover a conscientização e perder o medo de falar sobre o assunto. Nós não somos ensinados a identificar os sinais de depressão, ansiedade e suicídio, mas eles existem.

Cada pessoa demonstra de uma maneira única, mas há alguns comportamentos que quando sentidos ou notados merecem atenção:

  • Alterações no sono (insônia ou sonolência)
  • Distúrbios de apetite
  • Tristeza profunda e prolongada
  • Culpa excessiva
  • Insegurança
  • Nervosismo e irritabilidade
  • Falta de concentração
  • Inquietação
  • Preocupação excessiva
  • Medos
  • Sensação de pânico ou morte
  • Taquicardia e falta de ar

Outros sinais importantes são frases como: “A vida não tem mais sentido”, “Tenho vontade de acabar com tudo”, “Só queria sumir”, etc. Mudanças bruscas de humor, uso abusivo de álcool e drogas também podem ser indicativos.

E, por fim, comportamentos que merecem ainda mais atenção são quando a pessoa começa a demonstrar momentos de despedida, organização da vida financeira, desapego dos bens e coisas que gosta e não apresenta mais planos para o futuro.

Como ajudar alguém que está demonstrando alguns desses sinais?

De fato essa é uma pergunta importante e a primeira atitude a ser tomada é oferecer auxílio sem julgamento. Infelizmente, muitas pessoas ainda não entendem que a depressão e ansiedade são problemas sérios.

A primeira maneira de ajudar é não julgar e oferecer auxílio de forma empática. Minimizar os sentimentos, dizer para a pessoa superar os problemas e o sofrimento e simplesmente esquecer, não vai ajudar e, muitas vezes, pode piorar.

Sendo assim, o melhor que podemos fazer ao nos depararmos com alguém que está demonstrando sinais de depressão, ansiedade ou suicídio, é se colocar à disposição para conversar e, então, sugerir que a pessoa busque ajuda de um familiar, um amigo ou um profissional.

Em casos que a pessoa não se sinta à vontade para falar com alguém próximo, é imprescindível o acompanhamento de um psicólogo capacitado.

Outro meio possível de se obter ajuda é através do Centro de Valorização da Vida. O ministério da saúde tem uma parceria com o CVV, que realiza apoio emocional e prevenção do suicídio, atendendo voluntária e gratuitamente em todo o território nacional todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo, por telefone (número 188), e-mail e chat 24 horas todos os dias.

A campanha Setembro Amarelo nos coloca em contato com um tema muito importante e que, por ser delicado, escolhemos não conversar sobre. A depressão, a ansiedade e a ideação suicida não escolhe cor, religião, orientação sexual ou classe social.

Todos podem passar por isso em qualquer momento da vida.

Precisamos ser mais empáticos com quem sofre com essas dores. Olhe para o lado, veja se alguém perto de você gostaria de conversar sobre seus sentimentos. As relações humanas são o que pode nos salvar desses males.

Se você estiver passando por isso, busque ajuda, converse com alguém de sua confiança, busque um psicólogo. A depressão, a ansiedade e a ideação suicida têm tratamento! Não desista. Conversar é SEMPRE a melhor opção!

Rebeca Menezes

Psicóloga – CRP 06/136355

Se quiser tirar dúvidas ou falar sobre o assunto, escreva para rebeca.menezes@hotmail.com

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